As Crônicas de Nick - Parte III - Uma ajuda inesperada

As Crônicas de Nick - Parte III – Uma ajuda inesperada
Vinícius Arré

- Pensei que você estivesse morto, liguei assim que soube que você estava vivo – disse Julia.
Havia muito tempo que ela não o via, eles se conheceram quando Julia procurava inicialmente pelos mistérios de sua família.
- Eu vim assim que recebi o seu recado – disse Marcos, respirou fundo e continuou – Sei que você precisa de algo. Afinal, concordamos em apenas chamar um ao outro em caso de extrema necessidade.
Antes que possamos continuar a nossa história, que tal uma breve descrição de Marcos? Ele trabalhou durante alguns anos para a 12ERS. Sempre foi uma pessoa muito inteligente, mas quando descobriu o lado negro da 12ERS, saiu dela, deixando para trás tudo para tentar desmascará-la. Foi assim que conheceu Julia. Agora, continuemos a história.
-Isso é muito importante, Nick precisa de ajuda.
-Quem é Nick? – Perguntou Marcos
Julia contou toda a história de Nick e de como chegaram até ali. Marcos ouviu atenciosamente, filmando-a com seus olhos castanhos.
-Você é a única pessoa que sabe onde eles se escondem – Disse Julia.
-Sim, mas você sabe que arriscar-nos lá seria um risco a nossa sanidade, não?
-Claro, no entanto é completamente necessário que eu faça isso.
-Bem, então já sabemos por onde começar. Vamos ao Dã, ele é o único que pode nos oferecer documentos falsos em tão pouco tempo.
-Estou com você.
O relógio apontava dez minutos para o meio dia quando eles partiram. Na rua havia apenas luzes, o sol mostrava todo o seu esplendor. Mas para Julia tudo era escuridão. Pensava em Nick a todo tempo, como ele poderia estar preso no 12ERS. O beijo... Prometeu a si mesma que não desistiria em encontrá-lo, mesmo que isso custasse sua vida.
-Você sabe que seu amiguinho pode estar sendo controlado, não é mesmo? – disse Marcos – Lembre – se do lema, uma vez...
-Capturado, para sempre controlado – Completou Julia – Mas de alguma forma sinto que ele não está sendo controlado. Eu o amo.
-Que seja, é melhor nos apressarmos.
Passaram-se alguns minutos até que eles chegaram a uma rua pouco movimentada. Era uma rua comum se vista de longe, não havia nada que chamasse muito atenção das pessoas comuns, mas eles sabiam onde eles estavam indo.
Chegaram a uma pequena porta de vidro. Abriram-na, estava destrancada. Por estranho que pareça, não subiram a escada, do lado direito havia um muro, com um pequeno buraco. Marcos colocou seu dedo e o chão deslocou-se, derrubando-os para baixo.
Julia notou que já estava no chão. Havia tomado um susto com o chão caindo, mas aquelas medidas de segurança eram necessárias, afinal, era um belo esconderijo. No subterrâneo, havia uma porta de modelo medieval toda feita em madeira.
-Dã – Chamou Marcos – Sou eu.
-Marcos? O que o traz aqui?
-Negócios como sempre. 12ERS atacando novamente. A propósito, conhece Julia? É por conta dela que estamos aqui.
Julia e Dã foram devidamente apresentados. Marcos explicou a ele tudo o que precisava para a invasão da 12ERS. Dã disse que tentaria providenciar os documentos o mais rápido possível, e –para a surpresa de Julia- disse que tem algo que pode adiar o poder da 12ERS de controlar as mentes.
Nick acordou sobressalto. Estava preso numa sala escura. Não sabia há quanto tempo ele estava ali, apenas existia escuridão. Ultimamente tivera pesadelos horríveis. Estava se esquecendo de pouco a pouco do beijo... Pouco se lembrava dela.
Os pesadelos – para ele pareciam tão reais – não o deram paz. A cada dia sonhava que Julia estava matando-o que ela havia traído ele de uma maneira fria e cruel, e que ela possuía um novo aliado. Alguém que não merecia confiança.
Mas no fundo Nick sabia que isso não poderia ser verdade. Ele a amava sabia que ela nunca o trairia. Muito pelo contrário, Julia tentou avisá-lo.
Também sonhou com coisas belas e perversas juntas, tão perceptíveis como a areia na água. 
Nick adormeceu a espera, de alguma forma sabia que não ficaria ali por muito tempo.
Com a demora dos documentos, cada um foi para sua casa. Julia chegou a sua casa, faltavam vinte minutos para as seis da tarde. Julia saia do banho agora já era quase oito da noite.
O telefone tocou.
-Alô – disse Julia
-Julia, encontre-me no Beco o mais rápido o possível.
O telefone desligou.
Era a voz de Marcos no telefone.


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